Pelotas possui 1.705 logradouros - ruas, avenidas, praças e travessas - codificados pelos Correios através do Código de Endereçamento Postal (CEP).

A sequência de oito números tem estado cada vez mais presente na vida dos cidadãos, quase uma necessidade a ser decorada, assim como o CPF e a Carteira de Identidade. É necessário informá-la desde o momento que se faz uma compra pela internet até na hora de realizar algum cadastro ou matrícula. O código faz com que correspondências e as encomendas cheguem às casas e cada dígito tem um significado, responsável por diferenciar as regiões do Brasil. E quando o CEP não funciona, surgem os problemas.

No caso de Pelotas, com vários logradouros com nomes iguais, é o código que garante a destinação das correspondências à Central de Distribuição Doméstica certa e também para o bairro correto. Ele passou a ser fundamental quando o sistema dos Correios começou a ser atualizado em busca de uma maior qualidade do serviço e agilidade nas entregas.

O número de CEPs no município supera hoje o das ruas e chega a 1.754 mil - 49 a mais que os logradouros -, pois as avenidas mais extensas, como a Juscelino Kubitschek de Oliveira, são divididas em mais de um código. E quanto mais loteamentos e residenciais surgem, mais vias passam a integrar o mapa urbano pelotense.

Engano de rua
Entre os erros mais comuns no encaminhamento de postagens está a não especificação do bairro. O gerente do Centro de Distribuição Domiciliar de Pelotas, Rafael Nunes, exemplifica. Existem 25 ruas no município que são denominadas rua Cinco. Sem o CEP, portanto, não há como descobrir de qual bairro se trata. E mesmo estando escrito, irá demandar mais tempo para se chegar ao local. Outro exemplo é quando no envelope está descrito apenas o nome do lugar - como Dom Antônio Zattera -, sem especificar se é a rua localizada na Vila Princesa ou a praça no centro da cidade.

É por isso, para tentar evitar que erros como estes aconteçam, que a moradora do Loteamento Virgílio Costa, no bairro Fragata, Neiva Garcia tem anotado o número do CEP e carrega na bolsa para não esquecer ou trocar os números quando precisar.

Presente em todas as etapas
Os dígitos são usados em todas os processos do envio de uma encomenda ou correspondência, desde a separação do produto para ser enviado ao destino quanto na entrega. A separação das cartas ocorre em Porto Alegre, na Central de Tratamento dos Correios do Rio Grande do Sul, de forma digital.

Quando o CEP não está de acordo com a rua, passa para outro setor que irá tentar identificar o código certo ou mandar de volta ao remetente, processo que atrasa a entrega. A separação fecha lotes para cada cidade e distribuidora. Pelotas possui duas, a do Centro - que entrega nos bairros Fragata, Centro e área Industrial na Barragem - e a das Três Vendas - que atende os bairros Três Vendas, Areal, Colônia Z-3, Laranjal, Barro Duro, Navegantes e Balsa. Das distribuidoras os carteiros fazem a entrega, organizados por faixa de CEPs.

Processo de criação de um CEP
# Após a construção de um loteamento e da venda das casas, é solicitado para a Agência dos Correios um estudo 
# Neste estudo é analisado quantas casas são, se será preciso a contratação de mais um carteiro para atender aquele subsetor 
# O CEP para essas ruas partirá do Departamento Nacional de Endereçamento (DNE) dos Correios 
# Nomes de ruas: no caso do Getúlio Vargas e Dunas, as ruas que eram nomeadas com números passaram a ter nomes específicos, pois a prefeitura, junto à Câmara de Vereadores, enviou para o DNE um decreto com a alteração. No banco de dados do DNE estão os mais de 90 mil CEPs de todo o Brasil.